CRACOLÂNDIA...

CRACOLÂNDIA... Ana Paula Peixer.

Hoje é dia 30 de abril de 2011.

Fomos na cracolândia ontem. Sou amiga da Missionária Susie, do JEAME(Jesus ama o menor), ela tem 30 anos de experiência, muita autoridade de Deus pra trabalhar com gente sofrida, simples, perdida.

O aprendizado foi grande. A experiência me fez mais humilde. Vi que sei pouco, quase nada a respeito de algumas coisas. Mas o fato é que todos somos dependentes da graça de Deus. E mesmo não sabendo, mas tendo um coração humilde e aberto pra aprender, Deus nos conduz, nos usa, nos abençoa.

A situação é degradante. A impressão que se tem é que se está num campo de guerra, dentro da tela de um filme como "Resident Evil", e as pessoas estão sendo "zumbificadas" pelo vício e pelos demônios.

Sim, demônios existem. E não, eles não estão entre os desafortunados somente. Podem estar presentes desde a presiência da república até o mais humilde morador de rua. Eles oprimem, destróem, roubam e aniquilam a vida de quem foi feito à imagem e semelhança de Deus.

E o problema central é a rejeição. Filhos problemáticos, adolescentes sem esperança, sem Deus. Gente que já foi violentada desde a infância, já é filho do tráfico, filho de prostituta, ou seja, gente que luta pra usar a droga pra poder anestesiar a dor e a própria consciência.

Alguns sorriem, afirmam que não assaltam crente, outros dizem que respeitam gente de Deus, outros pedem desculpa por estarem tão drogados, outros pedem oração porque apanharam da polícia. Mas o mais interessante é que eu vejo mais sinceridade neles do que em alguns "crentes" que eu conheço que estão envolvidos com música gospel e política, gente que não tem honestidade, que nos bastidores vive em pecado, mas nos púlpitos faz de conta que está tudo bem.

Por isto, gosto muito da fala de Dietrich Bonhoeffer que afirma que talvez Deus goste mais de um ateu sincero do que de um crente hipócrita e falso.

Por isto mesmo Jesus disse que o diabo veio para MATAR, ROUBAR e DESTRUIR.

E lá, o diabo não perdoa. São homens, mulheres, jovens ricos, pobres, crianças, grávidas, velhos...

Assim como ali, nas igrejas, os hipócritas reinam guiados pelo mesmo diabo, porém com uma maquiagem diferente.

E o nosso papel para com os perdidos? Amar, ouvir, abraçar, conversar, falar do amor e da misericórdia de Deus.

E o nosso papel com os religiosos? Sinceridade, tratamento e combate à hipocrisia.

Jesus chutou as mesas dos cambistas dos templos, chamou os fariseus(religiosos da época) de raça de víboras e filhos do inferno.

Devemos discernir no Espírito Santo, orar, nos quebrantarmos na presença de Deus, mas principalmente, enxergar.

Enxergar que Deus nos chama a servir. Que nosso papel não é ficar no banco esperando.

Que Jesus também afirmou que a seara é grande mas poucos são os ceifeiros.

Muita gente frequenta as igrejas pra fazer barganha mercadológica com Deus, mas muitos destes não estão nem aí pras vidas que estão perecendo.

Lamentável.

Que Deus nos mantenha acordados, vigilantes e obedientes, e nos livre da futilidade, porque tudo aqui passará e só a eternidade dirá quem é quem e qual foi o fruto do seu trabalho no Senhor.